Neuza Zapponi convida congressistas a refletir sobre a misericórdia compassiva do criador
Brasília
(21/4/18) – “A luz e a sombra que habitam em nós ainda precisam da tua
orientação”, disse Paulo Maia, presidente da FEDF, na prece de abertura do
segundo dia do IV Congresso Espírita do DF, antecipando a reflexão que
iniciaria logo em seguida na palestra “Luz
e sombra: a misericórdia compassiva de Deus”, ministrada por Neuza Zapponi.
Para
entender o que representam esses dois opostos na jornada do Espírito, Neuza
lembrou que aquilo que chamamos de mal não é uma criação divina, mas sim os
desvios das leis de Deus. É uma ausência dos procedimentos do bem – esse, sim,
uma criação divina. “Podemos chamar, então, de sombra, a parte de nós que ainda
não se desenvolveu para a luz”, define.
A manifestação dessa sombra pode surgir de modo sutil, explica Neuza, pelo processo de baixa autoestima ou mesmo uma projeção em relação ao outro. Mas também pode tomar uma proporção tão grandiosa e coletiva a ponto de levar nações a guerras. Ela citou o exemplo da II Guerra Mundial, na qual Adolf Hitler levou boa parte de um país a acreditar em sua superioridade em relação a outros ou mesmo na superioridade de um grupo da sociedade alemã em relação a outro.
Esse
movimento de projeção de superioridade, explica a palestrante, é o modo de a
pessoa não encarar as próprias questões. “Um processo que pode envolver nações,
mas que começa com indivíduos”, ressalta.
Enquanto a baixa autoestima é uma sombra que pode nos levar à inveja, a projeção segue ligada ao orgulho e ao egoísmo. Ela cita, ainda, o espírito Emmanuel: “O egoísmo faz o que quer; o orgulho, como quer”.
E como combater, então, essa sombra em nós? Para Neuza, quando adotamos atitudes de intolerância, enxergando no outro um adversário, nos desligamos da certeza de que estamos sob o amparo de Deus. E, assim, “criamos paredes dentro de nós, que nos separam da verdade do nosso irmão”.
Para
iluminar o nosso caminho, o ensinamento de Jesus pode ser um importante ponto
de partida, quando nos lembrou Ele que devemos tirar primeiramente a trave do
nosso olho para depois olhar para a trave do nosso irmão.
“Voltemos
nossos olhos na direção da grande luz dos ensinamentos de Jesus. É esse o
verdadeiro caminho para acendermos a nossa própria luz”. Por fim, a oradora
enfatiza que as sombras são elementos temporários. Nada mais ensejam, senão pontos
que podem e devem ser transformados para nossa própria felicidade e para que
vejamos a misericórdia divina nos olhos do outro”, conclui.