O Bem Precisa de Todos

Todos os dias, nas pequenas ações, o bem precisa ocorrer

Brasília (21/4/18) – Quantas “fomes” estamos tendo na sociedade? Essa é a primeira de muitas outras reflexões provocadas pela palestra “Os males modernos: Onde está Deus?”, de José Carlos de Lucca, ministrada na manhã deste sábado, no IV Congresso Espírita do DF. Num mundo onde as pessoas têm fome de alimento, de paz, de pertencimento, de alegria de viver, onde está a nossa responsabilidade com os males que afetam a sociedade?

A encarnação em um mundo e tempo específicos, como este em que estamos vivendo, pode nos dar uma pista para a resposta à pergunta anterior. “Se reencarnamos num mundo corrupto, doente, com todos os males que vemos aqui, é porque de alguma forma temos algo a ver com isso”. Ao contrário de daí, assim, encararmos como um “esquecimento” de Deus frente a tanta dor, reencarnar, nesse contexto, é a oportunidade de voltar a uma experiência necessária, senti-la e, assim, tomar um rumo diferente, com atitudes diferentes. “Estamos aqui com o propósito de crescer”, observa.

Muitas vezes, o mal ainda permeia nossos pensamentos, atitudes e palavras. “Quantas vezes ainda ficamos felizes quando o mal acontece a um desafeto nosso?”, questiona Lucca. O homem de bem, segundo a questão 630 de “O Livro dos Espíritos”, é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade. Façamos, então, nossa parte para dizimar o mal do mundo. E, para isso, não é preciso construir creches ou escrever livros espíritas, brinca o palestrante. “O bem começa em coisas bem mais simples, mas não menos importantes, como o trato com o nosso semelhante”.

Lembrando o exemplo de Irmão Jacó, no livro “Voltei” (Editora FEB), o mérito das obras de Frederico Figner, enquanto encarnado, o levaram a um plano superior após seu desencarne, mas lá acordando, percebeu que não possuía luz. Esta, descobriu depois, lhe faltou por atos considerados simples, mas ausentes em sua última encarnação. À Jacó, lhe faltou ser menos ríspido e áspero, lhe faltou doçura. Atos aparentemente pequenos, mas de grande importância para a espiritualidade e, certamente, para o bem do planeta.

Ao fim da palestra, José Carlos de Lucca propõe uma análise íntima: perguntemo-nos se estamos vivendo essa vida como uma criança, que ainda mimada, não se importa com o outro. Lembrando que, na oração que Jesus nos ensinou, ele se refere ao “pão nosso” e, enquanto estivermos lutando só pelo “meu” pão, permaneço no mal.

“A hora é grave! Jesus, então, nos chama para que estejamos com ele. Pergunto a mim mesmo e a vocês: vamos deixar passar essa encarnação?”, conclama o palestrante.