Primeiro BEM MAIS ARTE surpreende público

A música como caminho para chegar aos corações, levando a mensagem do Cristo. Esse foi um dos objetivos do Bem Mais Arte, realizado no dia 2 de abril, no auditório do Cento Cultural Sesi, em Taguatinga Norte. O evento, promovido pela Federação Espírita do Distrito Federal, foi o primeiro dedicado somente à música espírita.

Ao longo de  3 horas, oito atrações se apresentaram para cerca de 250 pessoas. Subiram ao palco as bandas Consoar, Reluzir, Sintonia e Nova Luz, os cantores Alexandre Paredes, Denis Soares e Maycom Leal e o Coral Nilo Sheik.

Os primeiros a se apresentarem foram os músicos do Sintonia. Raquel Reis, cantora do grupo, reforçou a necessidade de se abrir espaço para a arte espírita. Ele deu um exemplo pessoal: “No meu trabalho, quando descobriram que eu cantava, as pessoas perguntavam o que é música espírita, porque não tem esse referencial. A gente está buscando espaço e espero que, cada vez mais, possamos nos fortalecer a fim de distribuir música boa, de qualidade”.

As apresentações foram divididas em dois blocos. No intervalo, o público pode conferir a livraria montada no salão contíguo ao hall de entrada e também fazer um lanche.

Com quase quatro anos de formação, a Banda Reluzir animou o público no final do primeiro bloco de apresentações. O baterista Romualdo Correia explicou que a missão da banda é levar o Evangelho em forma de música e disse que é preciso acabar com rótulos que limitam a música espírita. “Existe um rótulo em relação aos ritmos musicais que são aceitos quando envolve o Espiritismo. O Espiritismo não pode ter rótulo quanto ao ritmo da música, e sim rótulo de letra e de mensagem que tem que ser passada”.

O segundo bloco começou com a apresentação do Coral Nilo Sheik. Fernando Sanglard é o regente das 30 vozes que formam o

​grupo
. Ele acompanha a evolução da música espírita no DF desde 1998, quando fundou a Banda Nova Luz. “Naquela época, lembro como era difícil a aceitação das casas espíritas com esse tipo de música. Foi um caminho muito longo a ser trilhado e é uma grande alegria ver no palco, num teatro público da nossa cidade, um evento só com música espírita”.

Para o guitarrista Sílvio Sodré, que se apresentou nas bandas que acompanharam Maycom Leal e Denis Soares, a música é sempre tratada como entretenimento e muitos subestimam o poder que ela tem para educar. “A arte harmoniza as pessoas. E a música tem o poder de curar, de fazer com que as pessoas entendam melhor determinado conteúdo. Ela eleva o padrão emocional e moral”, completou.

O público aplaudiu entusiasmado cada apresentação. A estudante Gabriela Amaral se surpreendeu com o evento. “Foi melhor do que pensei. Me chamou a atenção as

​canções 
novas que foram tocadas. A música é uma forma de tratamento, e tratamento universal, que é melhor ainda”.

Foi a primeira vez do estudante Lucas Rangel num evento musical espírita, que destacou a energia do local. “O que mais me chamou a atenção foi a energia, a vibração positiva que eu senti ouvindo as músicas. É sensacional essa emoção”.

Para Vanessa Testo, professora de Redação, o bacana foi poder confraternizar com os amigos. Já o engenheiro mecânico Rafael de Souza destacou a oportunidade de ouvir bandas de diferentes centros espíritas. “É muito legal ter oportunidade de ter várias bandas do DF reunidas. A gente conhece bandas novas e trabalhos muito bons. Estou quase flutuando aqui”, afirmou.


O Bem Mais Arte acabou com gostinho de quero mais. Segundo o presidente da FEDF, Paulo Maia, outros eventos semelhantes virão. Maia explica que a arte espírita ainda tem um grande espaço a conquistar e a ideia é que eventos como o Bem Mais Arte cresçam e se consolidem no Distrito Federal. “Tem pessoas que não têm sensibilidade para uma palestra, um vídeo, mas quando ouve uma música, vê uma peça de teatro, se comove completamente e muda de atitude. Então, a arte é um grande instrumento para passar a mensagem do Espiritismo”, completou.