Jacobson Trovão alerta que a paz efetiva é a do Cristo que atende a lei divina

Jacobson Trovão alerta que a paz efetiva é a do Cristo que atende a lei divina

No segundo dia do congresso, palestrante discorre sobre desenvolvimento da consciência para evitar automatismos e domínios mentais

“A paz efetiva é diferente da idealizada, pois tem a ver com o trabalho, com a consciência do dever cumprido e está em sintonia com a lei suprema”, conceituou Jacobson Trovão em palestra proferida no segundo dia do 9º Congresso do Espírita do DF, no fim da tarde de sábado, dia 20 de abril. 

Jacobson Trovão afirmou que essa paz efetiva está em harmonia com a divindade, com os semelhantes e com a natureza, a fim de fazer uma conexão com o tema do evento, ou seja, ecologia e espiritismo. 

Nos primeiros momentos da explanação, Jacobson Trovão referiu-se à obra de André Luiz, que ao abordar sobre estágios da evolução dividiu a consciência em três estágios – recorrendo a uma metáfora a partir da comparação com os pisos de uma casa. 

Por essa conceituação, o primeiro nível (subsolo) é do subconsciente, o segundo (piso médio), da consciência e o terceiro (piso superior) da superconsciência. “A maioria de nós está estacionada nos porões, repetindo hábitos adquiridos ao longo de várias encarnações, que nos prende a um automatismo indesejável”, detalhou o palestrante. 

O entendimento é que muitas pessoas, ainda que não se perceba, estão subjugadas, escravizadas por esses hábitos e, consequentemente, repetindo comportamentos negativos. Isso tem a ver com a questão nº 479, do Livro dos Espíritos, sobre até que ponto os encarnados podem ser influenciados pelos desencarnados.  

A esse respeito, Jacobson Trovão comparou que enquanto os espíritos superiores nessa relação entre dois planos, se limitam a nos inspirar em lugar de nos dirigir, os inferiores não têm escrúpulos, pois se empenham por determinar e impor comportamentos viciosos. Essa dependência se traduz e amplia o automatismo e o domínio mental. 

Uma evidência de que o ser humano permanece nos porões da consciência pode ser verificada na conduta se ainda ser reativo. Revidar no mesmo tom ao ser agredido, guardar mágoa, ódio, e se manter na intolerância. “Essas são características do estágio subconsciencial, quando os impulsos do passado determinam o atual modo de ser”, complementa Jacobson Trovão. 

Outra citação do palestrante foi ao personagem Lameque, descrito no Livro de Gênesis, da Bíblia Hebraica. A narrativa aponta que esse patriarca assassinou um homem que o tinha ferido. Matou também, outro que o pisou. A vingança que o ofendido escolheu foi a de agredir setenta vezes sete o suposto adversário. Em outras palavras, uma reação ilimitada. 

Jacobson Trovão utilizou essa passagem para defender que o ideal é que se pense de forma totalmente inversa. A revolta, o ciúme, o ódio, a mágoa são faixas mentais perigosas, que abrem brechas para mentes oportunistas que se aproveitam para influenciar negativamente e em alguns casos levar ao crime. “Se alguém, me ofendeu eu não preciso retribuir da mesma forma”, recomendou o palestrante. 

Na verdade, Jacobson Trovão propôs em oposição ao exemplo de Lameque, que o ideal é o avanço no exercício de amar as outras pessoas, na direção da indulgência e da benevolência, caminhos que levam ao perdão. “Precisamos identificar a faixa psíquica em que estamos. Ao tomarmos consciência, abrirmos a possibilidade da escolha”, complementa. 

Outro exemplo utilizado foi o de Chico Xavier sobre a necessidade de evangelizar encarnados e desencarnados. Em algumas situações, o obsessor é um amigo do passado, que está preso em equívocos que o outrora companheiro se libertou e não quer dar continuidade. 

Palestrante requisitado nacionalmente, Jacobson Trovão é autor dos livros Psicofonia na Obra de André Luís e ABC da Juventude. Profissionalmente, é professor de direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás e procurador jurídico em Goiânia-GO.

Sionei Ricardo Leão, palestrante espírita