Losangelis Gregório
Elói Júnior
A Assistência e Promoção Social Espírita constitui-se hoje um trabalho de grande relevância e abrangência, precisando assim, ser norteado com conhecimentos baseados em estudos e entendimentos específicos nos campos espiritual e material/legal. Necessita-se hoje, transformar o paradigma do assistencialismo para a verdadeira promoção do espírito imortal. Atividade que passa pela Assistência Social na qualidade de Política Pública, direito do cidadão e dever do Estado, com o devido aparato legal, portanto, reclamável. Assim, propõe a todo colaborador da casa espírita, principalmente na APSE, inúmeras possibilidades de ação, porém, enfrentando alguns desafios. Para além do acolhimento/atendimento em si, aos irmãos que batem às portas dos C.E em situação de vulnerabilidade múltiplas, há uma imperiosa necessidade de ressignificação desta atividade para o próprio colaborador primeiro, que precisa desenvolver em si as qualidades do coração, para que haja a verdadeira caridade conforme entende Jesus, caso contrário, estaremos apenas cumprindo um ritual, para realizarmos doações diversas, que fará um bem transitório no campo material.
FUNDAMENTAÇÃO
“Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, tal como entende Jesus?”
“Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros e perdão das ofensas” (OLE, q. 886)
“O que se deve pensar da esmola?”
“O homem condenado a pedir esmola se degrada moral e fisicamente: embrutece-se. Uma sociedade que se baseie na Lei de Deus e na justiça deve prover à vida do fraco, sem que ele seja humilhado. Deve assegurar a existência dos que não podem trabalhar, sem lhes deixar a vida à mercê do acaso e da boa vontade de alguns.” (OLE, q. 888, 888ª, 889).
OBJETIVOS DA APSE FEDERATIVA
1- Promover a União e Unificação do Movimento Espírita do DF e entorno por meio da APSE;
2- Promover a formação, capacitação e reflexões sobre as bases doutrinárias e técnicas da APSE nos C.E.
3- Sensibilizar a APSE, nos C.E do DF e entorno para a realização do trabalho de forma integrada, em rede social espírita e socioassistencial;
4- Sensibilizar para estabelecer em verdadeiras bases doutrinárias o Espaço de Convivência nas atividades da APSE, para quem assiste primeiramente e para o assistido;
5- Incentivar, orientar e assessorar a implantação e o funcionamento das atividades da APSE nos C.E, observando a conjuntura legal;
6- Esclarecer e orientar as instituições espíritas sobre as atividades legais para seu correto funcionamento;
7- Promover e realizar ações/atividades que ensejem o compartilhar de informações e experiências, o auxilio mútuo e o trabalho integrado às demais áreas do C.E, bem como com os demais C.E e rede social local;
8- Orientar e assessorar os C.E na formalização da APSE nos espaços de participação e controle social (Conselhos diversos, fóruns, conferências, etc..);
9- Representar o Distrito Federal junto ao Movimento Espírita nacional na APSE e participar efetivamente do esforço de Unificação do Movimento Espírita brasileiro.
AÇÕES/ATIVIDADES FEDERATIVAS
1- Realizar visitas periódicas aos C.E por CRE e sempre que solicitado com o intuito de estabelecer: conhecimento das ações realizadas; mediando laços de amizade e parcerias espíritas e não espíritas para o atendimento dos objetivos da APSE nos C.E;
2- Disponibilizar calendário de capacitação para colaboradores da APSE; grade modular para formação/capacitação na APSE, na modalidade presencial e EAD;
3- Disponibilizar informações, de fácil acesso, sobre instituições espíritas e não espíritas nas várias regiões com foco nas parcerias;
4- Disponibilizar instrumentais, documentos, textos, referências bibliográficas e outros para bem subsidiar o adequado atendimento aos irmãos em sofrimento e no trato com os parceiros;
5- Assessorar de forma personalizada os C.E nas diversas iniciativas e demandas na APSE (formalização, elaboração de projetos, plano de trabalho, implantação da área entre outros).
SUGESTÃO PARA ESTRUTURAÇÃO DA APSE NOS C.E.
1- Estrutura da área por diretoria, departamento ou coordenação;
2- Formação, capacitação e atualização dos colaboradores;
3- Sondagem de demandas na comunidade a ser assistida pela APSE do C.E;
4- Elaborar plano de trabalho da APSE semestral/anual, contendo:
a. Identificação do C.E;
b. Histórico da instituição;
c. Justificativa;
d. Objetivo geral da APSE;
e. Objetivos específicos da APSE;
f. Público alvo;
g. Meta de atendimento individual;
h. Parcerias (C.E, rede social e socioassistencial)
i. Recursos financeiros e materiais;
j. Metodologia de trabalho
k. Critérios para inserção como assistido materialmente;
l. Critérios para o desligamento da assistência material;
m. Cronograma de atividades semanais;
n. Ações pontuais (projetos);
o. Resultados esperado
p. Indicadores de resultado
q. Monitoramento e Avaliação do plano, das atividades;
r. Replanejamento.
5- Triagem e cadastro das famílias e/ou indivíduos;
a. Esclarecimentos, informações e encaminhamentos;
b. Instrumentais de encaminhamentos; relação de instituições parceiras;
6- Inserção dos indivíduos no espaço de convivência da APSE;
a. Rodas de conversa;
b. Rodas de dinâmicas;
c. Rodas de oficinas (geração de renda)
7- Planejamento e visita aos domicílios;
a. Distribuição por duplas de colaboradores;
b. Recursos materiais para possível disponibilização;
c. Evangelho no lar – implantação.
8- Realizar estudo de caso com a equipe APSE do C.E que acolhe e com a rede quando for o caso;
a. Instrumental – PIA (Plano Individual de Atendimento)
b. Contato com a rede parceira;
9- Elaborar com os indivíduos e famílias o plano de atendimento, com vistas ao projeto de vida;
a. PIA iniciado em razão do estudo de caso realizado;
b. Reunião com individuo ou família para dar sequencia ao PIA;
10- Acompanhar os encaminhamentos;
a. Verificar junto aos parceiros o comparecimento e o andamento dos processos encaminhados;
b. Verificar junto aos acolhidos o desenrolar do encaminhamento;
c. Possíveis novos encaminhamentos e providencias;
11- Realizar o trabalho com o foco no desenvolvimento familiar, por meio do fortalecimento de vínculos familiares, comunitários e inserção social.
a. Atividades que sensibilize os acolhidos para a convivência familiar e comunitária respeitosa, ética, solidária e fraterna.
CALENDÁRIO DAS ATIVIDADES 2019 | CONTEÚDO DE CADA ENCONTRO
1- INTEGRAR/MEA:
a. A integração do jovem na casa espírita
2- 20/04 (CONGRESSO) - OFICINA – ASSISTÊNCIA SOCIAL NA CASA ESPÍRITA PARA EFETIVA PROMOÇÃO DO ESPÍRITO IMORTAL. Helder.
3- 17 A 19/05 – CRC/TO - Perspectivas e obstáculos na prática da assistência social na casa espírita e relatório de atividades/2018.
4- 09/06 – Ponto de Encontro – Trabalhando com Rodas no Espaço de Convivência
5- 21/07 – Ponto de Encontro - OFICINA – recepção, atendimento fraterno e assistência social – o que precisamos saber? (convidar representantes de cada área dos CE à participação).
6- 17 E 18/08 – MIX SOCIAL – Participação de casas espíritas e não espíritas. Espaço pensado para desenvolver parcerias, trabalho em rede e o fortalecimento da assistência social nos diversos territórios.
7- 22/09 – Ponto de Encontro - Oficina – Empreendedorismo com SEBRAE.
8- 10/11 Ponto de Encontro - Oficina integrada DAPSE/DACE – Como e quando a arte se encontra na Assistência Social. Após um ano de trabalho, o que deu e o que não deu certo na implementação da metodologia nos espaços pilotos. Planejamento/2020.
MÓDULOS PARA FORMAÇÃO/CAPACITAÇÃO
1- Implantação do Estudo Sistematizado da Assistência e Promoção Social no C.E – 8h
a. Obras que norteiam a Assistência e Promoção social na Casa Espírita
i. Atendimento Fraterno no Centro Espírita – Neuza Zapponi
ii. O Evangelho Segundo o Espiritismo - FEB
iii. Paulo e Estevão – Emmanuel - FEB
iv. Fora da Caridade não há Salvação – Alírio de Cerqueira Filho - EBM
v. Conviver para Amar e Servir – Reinaldo, Helder e Sonia - FEB
2- Recepção, Atendimento Fraterno e Assistência Social na Casa Espírita – 8h;
a. O que é Assistência Social
b. O que é Assistência e Promoção Social na Casa Espírita
c. A preparação da Casa Espírita para receber as pessoas necessitadas da Assistência Social em todas as áreas.
d. Atendimento Fraterno e Assistência Social, o que é preciso acrescentar.
3- Entendendo a Assistência Social como Política Pública – 4h
a. O que é Assistência Social e sua diferença entre assistencialismo;
b. Marcos regulatório da Assistência Social como Política Pública;
c. Entendendo o funcionamento do Sistema Único de Assistência Social – SUAS;
d. Como e quando a Casa Espírita se integra ao SUAS.
4- O que são Redes Sociais para a Assistência e Promoção Social Espírita? – 8h
a. Rede social espírita
b. Rede socioassistencial
c. Rede social
d. Como participar e atuar positivamente em cada uma destas
e. Qual o benefício destas para o desenvolvimento do trabalho assistencial na casa espírita.
5- Como e quando formalizar a Assistência social do C.E nos espaços de participação e controle social? – 4h
a. O que são espaços de participação?
b. O que são espaços de controle social?
c. Qual a importância destes espaços para o desenvolvimento do trabalho da Assistência e Promoção Social na Casa Espírita.
d. Como a Casa Espírita se insere nestes espaços?
e. O que é e como elaborar um Plano de Ação da Assistência Social da Casa Espírita?
f. Como elaborar um Projeto de Captação de Recursos?
6- O Espaço de Convivência, Criatividade e Educação pelo Trabalho.
a. Cap. 3 e 4 do livro Conviver para Amar e Servir
b. Contextualização das rodas nos espaços de convivência;
c. Roda de conversa – o que é e como utilizá-la na Assistência e Promoção Social do CE;
d. Roda de dinâmicas;
e. Roda de artesanato –
f. Roda de oficinas (reciclagem....)
g. Ressignificando a sopa
ÁREAS DE ATUAÇÃO
• Nas CRE, junto aos Centros Espíritas, nos órgãos públicos e privados, nos órgãos de participação e controle social (Conselhos, Fóruns, etc..)
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
1- Obras básicas;
2- Atendimento fraterno no Centro Espírita – Neuza Zapponi;
3- Conviver para Amar e Servir – Helder Sarmento
4- Fora da Caridade não há salvação – Alírio de Cerqueira.