Entre momentos de descontração, reflexão e prática, curso de capacitação de evangelizadores espíritas mostra a importância de uma liderança eficaz e servidora
“E aí, você se acha um líder? E um líder servidor? Tem diferença?” Buscando essa consciência pessoal e interpessoal, cerca de 150 trabalhadores da evangelização exercitaram, entre prática e teoria, o que é de fato desenvolver a liderança no trabalho com crianças e jovens. O 10º Semear, curso de formação continuada de evangelizadores espíritas, realizado pela Diretoria de Infância e Juventude (DIJ) da Federação Espírita do Distrito Federal (FEDF), começou com tudo nessa manhã e tarde de sábado (1º). Com entusiasmo, os participantes tiveram não só que anotar, como também escrever, refletir, partilhar (escuta ativa), ressignificar, analisar situações-desafios e até fazer trabalhos artísticos voltados ao tema. A diretoria da federativa comemorou a “casa cheia” e, envolvida pelo espírito de integração e união, salientou a importância de todos estarem juntos pelo Cristo. “É uma alegria ver todos aqui, pós-pandemia, construindo novamente o Movimento Espírita aqui no DF, refletindo sobre nosso papel na obra do Cristo”, festejou a diretora do DIJ-FEDF, Geice Leal. Complementando a fala de Geice, o presidente da FEDF, Paulo Maia, ressaltou a importância de se trabalhar com o Mestre. “A casa espírita é um segundo lar onde se encaminha os Espíritos reencarnantes a serem lideranças no mundo, se capacitando e transformando a si mesmo. Mas não uma liderança que fica em evidência, mas sim uma liderança que serve, que se doa, se sintoniza com o Mais Alto. No Centro, se fala de amor e vivencia o amor”, ressaltou o presidente “A obra de Deus é estabelecida em lideranças!” Sob essa afirmação, o diretor-adjunto e coordenador de treinamento do DIJ-FEDF, André Nonato, iniciou a reflexão do dia. Ele listou os principais líderes que passaram no mundo e edificaram preceitos morais, como Moisés, Jesus e Kardec. “Moisés foi o líder que libertou o povo judeu e estabeleceu regras de convivencia e justiça. Sem essa liderança, talvez o povo nunca teria saído do Egito. Já Jesus foi escolhido pelo Pai para trazer um roteiro de conduta moral e formar novos líderes para dar continuidade ao projeto Divino. E, ainda, Kardec foi selecionado pra codificar a Doutrina e deixar pra nós o alerta de sermos novos líderes com a responsabilidade de espalhar a Mensagem”, relembrou Nonato. Mas o orador também foi além, trazendo os apóstolos como pessoas falhas, mas com alto potencial de liderança. “As características desses líderes nem sempre foram as melhores, a exemplo de Pedro: um líder por excelência, mas a sua personalidade o atrapalhava muitas vezes”, destacou André. Porém os apóstolos mantiveram o dom de multiplicadores, favorecendo a continuidade dos ideais críticos. Daí a necessidade de cada um de nós fazer o exercício de autoconhecimento, aprendendo sobre si e entendendo sobre os impactos do seu comportamento na vida como um todo. “A matéria foi feita pra ser dobrada pela vontade. É preciso vencê-la.” Entre os eixos temáticos do encontro, foram abordados: liderança como um projeto Divino para a evangelização, tipos de liderança em diferentes situações (dominante, extrovertido, paciente, analítico); como educar inspirando, comunicando e servindo; a evangelização precisa da sua liderança; técnicas de liderança eficaz; monitoramento e gestão da liderança. Focado na contextualização de líder servidor, Nonato explicou o conceito unificador e protetor desse termo. “A palavra líder vem de chumbo, firmeza. Ele está na linha de frente, ele que recebe os bombardeios. É perseverante, formador, quer que o outro cresça, se desenvolva, quer unir sentimentos e estratégias. Ama do jeito que o outro precisa ser amado.” André comentou, ainda, sobre a importância do acolhimento na evangelização e na vida pessoal, atentando-se para a comunicação verbal e não verbal das crianças, dos jovens e das pessoas ao nosso redor. “A falta do abraço, do olhar, da escuta está matando. Afeto é vida! E uma liderança servidora presta atenção nisso.”
Assim o Semear terminou em clima de amizade e com a esperança de sermos uma liderança que serve com o Cristo. Ah! E respondendo a pergunta inicial, a diferença entre ser líder e líder servidor é o AMOR. Parabéns a você que pensou nisso! Agora vamos à prática com Jesus! Avante, semeadores!
Lílian Reis
Jornalista Espírita